(memória)
Não sei por que hoje me lembrei de um baile que fomos na SACC (Sociedade Amigos Capão da Canoa) no final dos anos 80 que tinha por tema a dobradinha Black and White. O dress code era, obviamente, qualquer um desde que preto e branco. Lembro muito bem da decoração, que exibia ícones temáticos como: dominó, damas, xadrez, zebras, dálmatas, pinguins, Xuxa e Pelé, sal e pimenta, teclados, a bandeira quadriculada da Fórmula 1, a bandeira dos piratas, etc.
Se fosse hoje, não poderia faltar um código de barras. Nem ícones fashion como o logo da Chanel e o pied-de-poule da Christian Dior.
Naquele baile a atração principal foi nada mais nada menos do que Vanusa, que, fiel ao seu estilo altamente performático, trajava negro com sua cabelereira Platinum Blonde.
(literatura)
E falando na dobradinha, eu penso logo em TV e en tour de force numa metáfora que abre o romance Neuromancer, de William Gibson. Para quem não sabe, Neuromancer é a obra na qual o filme Matrix foi baseado.
The sky above the port was the color of television, tuned to a dead channel.
O céu acima do porto era da cor da televisão, sintonizada num canal sem sinal.
Pois é, mas para a Geração X, aquela que não chegou a conhecer o mundo antes do advento do PC, a TV fora do ar já não é mais dessa cor...
Eu considero essa metáfora muito intrigante por vários motivos.
- Primeiro, porque coloca como referência para a natureza a tecnologia, invertendo a experiência da nossa geração, um fato que contribui para que a obra seja considerada como inaugural do gênero cyberpunk.
- Segundo, porque a imagem aludida não tem propriamente uma cor, senão uma gradação de tons de cinza numa disposição aparentemente caótica, remetendo à história da arte, mais especificamente aos movimentos da vanguarda européia (pensei em Cézanne).
- Terceiro, porque, ao mencionar a TV, a metáfora conjura a experiência sensorial quase que indissociável dessa tecnologia. Com isso, a gente começa a ler o livro numa atitude hipermidial (som, imagem, movimento, lingua/gem , de modo que o mundo ficcional que o texto verbal coloca em ação adquire irremediavelmente outras dimensões estéticas. Isso, para mim, é o mais interessante, pois repousa no poder da palavra de criar realidades, ou efeitos de realidade.
(tricô e crochet)
Fiquei tentada a tricotar alguma coisa em preto e branco, cyberpunk, chanel, e procurando inspiração encontrei estes aqui:
Mas eu copiei daqui: http://helen-maoseartes.blogspot.com.br/2011/12/saia-em-croche-preto-e-branco.html
Esta colcha eu estou fazendo para o meu filho mais velho:
Receita e fonte da foto aqui: http://purplekittyyarns.com/free-afghans/check-mate
Esta também é linda:
Receita e fonte da foto aqui:
Também se pode usar este quadro para uma colcha:
Receita e fonte da foto aqui:
E que tal esta clutch?
Receita e foto: http://www.knittingdaily.com/media/p/72874.aspx
Simplicidade é tudo:
Receita e foto:
E para não dizer que não falei de rock'n'roll, confiram esta headband:
Gráfico, receita e foto aqui:
Mesmo que você não leia inglês, vale a pena ler este post no blog onesheepishgirl.blogspot.com e se deliciar com as fotos: http://onesheepishgirl.blogspot.com.br/2011/12/knitting-inspiration-in-black-white.html
E aí, gostaram?